Difícil de entender e difícil de acreditar, mas é verdade
A competição entre as companhias aéreas se intensificou e os preços das passagens estão saindo muito mais em conta, o que aumentou a procura em mais de 20%. A expectativa do setor é de que o número de passageiros dobre nos próximos cinco anos. Uma parcela desse crescimento deve vir da conquista dos brasileiros que hoje viajam de ônibus.
Para atrair parte dos passageiros das 100 milhões de viagens de ônibus por ano que são realizadas no Brasil, as empresas aéreas começaram a apostar na equiparação de preços das passagens para encher seus aviões. Quem saiu ganhando foi o consumidor, que tem a opção de ir de avião, mais rápido e mais barato.
Mas, como milagres não acontecem todo dia, há algumas condições para usufruir desta facilidade como antecedência na compra, permanência mínima no local, além da restrição de alteração de data e de destino. Isso favorece principalmente quem viaja a lazer ou mesmo quem, simplesmente, pode se programar.
Pesquisas mostram que em 5 de cada 10 destinos, o trajeto aéreo se mostrou mais barato
Especialistas em transporte entendem que o setor aéreo passou a ser concorrente do terrestre devido ao seu crescimento e abertura, o que não tem ocorrido no segmento de transporte por terra onde não há competição já que cada empresa é “dona de um pedaço” do Brasil. Com o encarecimento das viagens por estrada, voar, que já era mais prático, se tornou também barato e por tabela, muito atraente.
Com menos de dois anos de atividades e uma fatia de 5% do mercado a Azul entrou, para valer, na briga por tarifas aéreas diferenciadas por entender que a forma mais rápida de colocar pessoas a bordo é com promoções agressivas, estimulando o mercado através de preço. Para a empresa o que interessa é o preço médio obtido por vôo.
Você pode ir de São Paulo a Belo Horizonte de avião pagando tarifas a partir de R$39,90 (em 10 prestações de R$3,90), e chegar em menos de 1 hora ou seguir de ônibus por R$89,00, viajando por mais de 8 horas. Ou que tal voar para o Rio também por R$39,90 em apenas 40 minutos, contra 6 horas de ônibus, pagando ainda R$ 30,00 a mais. Quer ir para Aracaju? Pode ser sacolejando por 2.174 km em muitas, mas muitas horas de estrada por R$300,00 ou sobre as nuvens em duas horas e pela metade do preço.
Quer comprar barato? Compre antes.
Para quem não entende como isso é possível, A Grana foi ouvir o diretor de Relações Institucionais da Azul, Adalberto Febeliano, que ilustrou a dinâmica de preços com um exemplo de fácil assimilação: “no fim do inverno o lojista coloca no balcão o que sobrou, baixa o preço e liquida tudo para dar lugar a sua coleção de verão. Na aviação é a mesma coisa, com uma pequena diferença: tenho que vender assentos evidentemente antes de voar. Com base no acompanhamento do mercado sei quantos estarão disponíveis e liquido antecipadamente minhas sobras com passagens bem baratas, pois é melhor ter novos passageiros que representam ganho, do que voar com uma ocupação baixa”.
“Isso nada mais é que gerenciamento de receitas, a forma moderna de fazer aviação”, completa o diretor. “A prática permitiu a popularização do transporte aéreo e é usada no mundo inteiro. Ajustamos os preços dos assentos, de maneira a vender o mais possível. Vendendo com antecedência, recebemos com antecedência, e nossas cadeiras vão ficar lotadas de pessoas que se acostumarão a voar. Evidentemente que se isso valesse para o avião inteiro, a empresa não sobreviveria. Daí a segmentação dos mercados”.
Mesmo vôo e mesmos assentos com preços muito diferentes
O diretor ainda revela que com a segregação a Azul vem voando com uma taxa de ocupação de 85%, superior às concorrentes, número que ele credita a esta política mais agressiva, já que os custos por assento/km, segundo ele, são semelhantes.
No passado, com os preços das tarifas controlados, só rico usava avião. Com a desregulamentação do setor, o consumidor foi beneficiado e a guerra dos preços das passagens está mais acirrada do que nunca. A Tam e a Gol também se valem disso, lançando uma promoção atrás da outra, ferramenta que populariza o uso do transporte aéreo.
Isso tudo mexeu com o setor rodoviário. As empresas de ônibus, que não nasceram ontem, ainda praticam tarifa única, mas algumas já estão começando a reservar pelo menos dois assentos mais baratos, no trajeto Rio - SP, experimentalmente.
LEMBRANDO, ESSA MATÉRIA NÃO É MINHA FOI COPIADA DO SITE: WWW.G1.COM.BR
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